quarta-feira, 6 de março de 2019

Quisera o tempo


Quisera o tempo não ter passado e esta ruína não o seria! Mas vieram invernias e calores demasiados em anos aturados, arremessando-lhe com ventanias e chuvas infinitas que outros tantos sóis crestaram e corcundas surgiram destruindo o alinhamento das pedras. As traves caíram, os barrotes não aguentaram e um estrondo de lages se abateu sobre o chão de terra, rugindo no silêncio da noite que permaneceu aparentemente imperturbável. Ninguém viu. Ninguém ouviu. Bem, talvez os pássaros se tenham assustado. Ficou o esqueleto, cheio de dignidade, porém, vazio daquilo que foi...

Cleo

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