quinta-feira, 16 de março de 2023



A minha mãe a fritar os carapaus e a mexer o arroz de colorau com uma colher de pau redonda, oferecida numa ocasião pelo Urbano, que era colhereiro no Covão debaixo de um pinheiro grande, sentado em frente ao cepo, a batucar o dia todo de ferramenta na mão. A interromper apenas para vir comer o "jantar", porque a mulher a chamá-lo da varanda quando as horas a chegarem-se.
De modo que, a gente por ali à espera do almoço e nisto a prima Edite a chamar por uma de nós no telhado das traseiras. Ás vezes por causa de nos fazer uma pergunta, outras porque a querer dar-nos qualquer coisita num prato e eu a ir pelo terraço e a saltar o muro na ponta para o telhado da casa de lá, e a dar uns passitos devagar porque o telhado a abanar todo. E ao alcançar o prato estendido na mão dela e tapado com um guardanapo, a voltar pelo mesmo caminho.
Um mimo qualquer, porque ela a saber-nos gulosas...

 

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