Chovia... uma chuvinha miúda que o sol tentava evaporar com os seus raios quentes, mas que mais não conseguia do que lhe dar um brilho luminoso fazendo com que um enorme arco de várias cores, se atravessasse no céu, cortando-o em duas metades, como se faz a uma laranja sumarenta.
Chovia... e a pequena Leonor, agora mais crescidinha, mas ainda com toda aquela energia e teimosia, olhava-o deslumbrada do lado de dentro da pequena janela da sua casa. De repente, uma vontade enorme de o atravessar de um lado ao outro, começou a nascer-lhe lá de dentro do seu querer.
Não aguentou mais e saiu porta fora, correndo o mais que podia até o alcançar.
Só que... e o que ela não sabia, é que o arco-íris não se pode atravessar!
Leonor voltou triste. Trazia no olhar e nas mãos vazias a vontade amarrotada, e nos passos lentos, a alma desolada.
No meio de tanta desolação, Leonor nem reparou, mas o sol havia entornado as cores do arco íris, derramando-as no chão sob a forma de pequenas flores, que eram agora um tapete multicolor onde as borboletas esvoaçavam felizes.
E já não chovia...
Cleo
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