domingo, 1 de março de 2020

De vez em quando, fugazes imagens a aflorarem-me ao pensamento



De vez em quando, fugazes imagens a aflorarem-me ao pensamento ,onde dou comigo a brincar sozinha visto que por ali não havia mais nenhuma menina da minha idade e portanto as brincadeiras de bonecas estavam logo à partida condenadas... Já os rapazes era um punhado deles, ou com os mesmos anos ou de idades aproximadas. De maneira que, não me restavam grandes alternativas no que diz respeito às brincadeiras da canalha, ou me juntava a eles ou a algum deles que por ali aparecesse, ou me entretia comigo mesma em aventuras que por vezes chegavam a ser até perigosas, mas ninguém ali a vigiar e a impedir-me de trepar a um pequeno muro de pedra e dali para a beirinha do telhado, já meio destelhado, de uma casa em ruínas que existia mesmo defronte da casa da Ti Ricardina que vivia paredes meias com a minha avó. Foi no lugar desta mesma casa, que, mais tarde, já eu crescida e esquecida destas coisas porque outras mais importantes(?) a imporem-se na urgência dos dias, se ali erguia aos poucos, aquela que viria a ser a casa de convívio da comissão de melhoramentos do Pai das donas. Uma obra importante, tendo em conta o sonho que se acalentava há décadas e que finalmente se materializou com a vontade de quase todos... Isto ali pelo meio da década dos anos oitenta do século passado. Hoje já existem outros melhoramentos que atraem gente até de outras terras estrangeiras, fazemdo-se ali então, grandes festas de convívios onde predominam as novas gerações de gente com e sem raízes na aldeia. Contudo, desconhecendo por completo a história do lugar e a nobreza das memórias que me enriquecem a alma.
Mas isso é a mim, que sou assim, uma criatura sensível... E não tenho como me desapegar desses sentimentos que me invadem o ser!


Cleo

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