segunda-feira, 3 de abril de 2023


Tudo servia para enfeitar o ramo de loureiro que a missa do Domingo de
Ramos pedia. As camélias encarnadas, cuidadosamente presas, com um fio de atar chouriças por entre as folhas. As serpentinas coloridas que sobravam do carnaval, enroladas em toda a volta e as tangerinas penduradas aqui e
ali, faziam-nos brilhar os olhos de alegria.
Por todo o caminho, pinhal abaixo, até á Benfeita, onde, no adro da igreja, já outros da terra que abalavam primeiro e de todas as outras terras da freguesia, também eles, inchados de orgulho e com os olhos a brilhar de tanta emoção pela beleza da sua obra. Seguravam com ambas as mãos, o mais aprumado que
conseguiam, o seu maravilhoso ramo.
Havia ainda aqueles, que, movidos pelo entusiasmo, gostavam de dar nas vistas e elevavam ao exagero o símbolo da missa do dia (que era também a única a que assistiam durante o ano) De modo que, só dobrando a ponta do loureiro inteiro que exibiam, o conseguiriam enfiar dentro da igreja...! O padre, claro, não achava piada nenhuma.🤩🤣😝


 

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