Com o propósito de irem assistir a uma festa que se realizava nos Cepos e tendo eles sido convidados para o evento, por familiares que lá residiam, não se apurando no entanto, o motivo pelo qual a dita festa ser noutra estação que não a do verão, que é, como se sabe, o mais acertado. De maneira que, sendo que as duas terras ainda bastante distantes uma da outra e não havendo na época, estradas que as ligassem, era preciso abalar ainda de noite, de lampião aceso na mão, por caminhos de cabras contornando os montes e descendo aos vales. Tal como o faziam os rapazes novos, quando, de terra em terra de noite por causa dos bailaricos e das raparigas nas festas... Acontece que, por talvez ser inverno ou princípio da primavera, tinha caído um nevão e o caminho sem se distinguir por baixo da neve. Ainda para mais, sendo de noite e as luzes que levavam, sem alumiarem nada por serem tão reles. Entre dúvidas de "ser mais por aqui ou menos por além", escorregadelas e desesperos de pés gelados e dormentes, havia ainda quem se tivesse arrependido de não ter ficado mas era em casa, ao pé do borralho, que lá é que se estava bem de certeza. Quem quer festa, sua-lhe a testa! Mas isso era se fosse de verão...
Cleo
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