E lá vem a Ti Silvéria do fundo com uma cesta cheia de maçãs à cabeça. Vem ali do quintal que tem ao Oiteiro, junto ao curralito onde costumavam morar as ovelhas quando o esterco era preciso por causa de adubar a terra aquando da sementeira. As árvores de fruto também agradeciam produzindo grandes e vistosas maçãs e pêras que ali vão agora na cesta.
Ainda lá ficaram algumas miúdas aquém e além, nas árvores, a ver se ganham mais corpo. Ou então, talvez as tenham ali deixado de propósito. Um pretextozito para o rebusco.
Num dia destes, pela tardinha, a canalha por ali aos saltos e a fazer uma grelhida* tamanha dado serem muitos e estarem contentes só por isso, o Ti Augusto Custódio mais o cão a virem por ali acima, a olhar para as árvores e a contá-las a ver se ainda por lá estariam todas... E nisto, a ir apanhar uma ou duas e a tirar-lhe a casca com a navalhita que trazia no bolso, sentado no muro junto à entrada da mina que secou há uma data de anos. Tira uma lasca e mete-a à boca e outra que atira ao cão e que este apanha no ar num ápice que mais parece um tique nervoso em virtude de nem dar tempo de se ver o que era...
Noutro dia qualquer a virem os dois mais o cão e a repetirem tudo outra vez. E o tempo a passar-se e eu aqui a escrever do que me lembro, ou, por tantas vezes o ter visto, o que se me afigura ter sido assim.
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